segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quanto custa um filho?

Por Marcelo Guterman (engenheiro de produção pela Escola Politécnica da USP, analista financeiro certificado pelo CFA - Instituto de Virgínia - EUA, professor do IBMEC e executivo do mercado financeiro há quinze anos.)

Gostaria de começar chamando a atenção para o contexto que a relação entre as pessoas e o dinheiro, entre a família e o dinheiro, tem nos dias de hoje. Vivemos num mercado de consumo de massas. Antes da Revolução Industrial, o que tínhamos era algo muito artesanal. Quer dizer: quando as pessoas precisavam de alguma coisa – uma camisa, por exemplo – encomendavam-na a um artesão. Depois da Revolução Industrial, e principalmente no século XX, surgiram as grandes plantas industriais que produzem coisas padronizadas o tempo inteiro para que as pessoas comprem. Bom, as indústrias consomem investimentos muito grandes. Então, é preciso que vendam grandes quantidades dos seus produtos. Como fazer que as pessoas comprem os produtos? É preciso convencê-las de que precisam deles. E aí que entra a publicidade de massa. Se você não compra a TV de plasma da última geração, você está fora do mercado de consumo, não é ninguém. Principalmente se o seu vizinho já tem uma. Aí a casa caiu... você está fora. O consumo virou o principal valor do homem contemporâneo. Quem pode consumir é alguém, quem não pode consumir não é ninguém. É com esse contexto em mente que eu desejo desenvolver este tema.
Um filho custa quanto você quiser que ele custe. Na verdade, o filho custa tudo o que a gente tem. Não tem um valor fixo. Pode custar um milhão de dólares se você quiser mandá-lo estudar com o Harry Potter em Hogwarts. Por outro lado, em famílias mais simples, mais humildes, um filho dá até lucro: às vezes, ajudam nos trabalhos da casa ou trabalham fora. Assim, "quanto custa um filho?" é uma pergunta muito genérica. Queria chamar a atenção para algumas nuances desta questão. Às vezes, aparecem em algumas revistas reportagens dizendo: "Um filho custa quinhentos mil reais", "Um filho custa um milhão de reais", "dois milhões de reais"... A pessoa olha o número, olha o seu salário e fala: "Bom, não vai dar. É melhor nem tentar". Não podemos deixar-nos levar por este tipo de estatística, porque nos induzem a comparar o gasto de uma vida inteira com o nosso salário mensal. Não faz muito sentido. Vale o mesmo para o contrário. A propaganda de um automóvel de luxo dizia assim: "Com cinqüenta reais por dia, você consegue comprar este automóvel". "Cinqüenta reais por dia é pouco", pensamos. E na verdade, é muito. De maneira que esse tipo de comparação não faz muito sentido.
Outra coisa que vale ressaltar – e agora falo mais como pai de sete filhos do que como professor de finanças – é que a conta não é proporcional: se um filho custa x, dois filhos não custam 2x, nem três filhos custam 3x, e assim por diante. A conta não é assim; existe um ganho de escala, existem descontos nas escolas, as roupas passam de um filho para outro. É muito comum eu ir a restaurantes com os meus filhos e negociar com o maître antes de fazer o pedido: "Olha, quanto você faz para a gente?" E o preço acaba saindo o mesmo que um almoço para uma família com três filhos. Depois, é preciso ter em conta que gastos estão inseridos no custo de um filho. Claro, educação, casa, comida, roupa lavada. Essas coisas, óbvio, são obrigações dos pais. Agora, será que se deve incluir um automóvel? Será que se deve incluir um apartamento nesse custo? Até que ponto os pais têm de prover tudo para os filhos?
Na verdade, é preciso ter muito cuidado com essa história de pai provedor. Vemos hoje homens e mulheres de trinta, trinta e cinco, quarenta anos, vivendo com os pais. Não aprenderam a voar sozinhos. Conheço o caso de uma pessoa que se separou depois de menos de um ano de casamento. Tinha apartamento, carro e todos os seus gastos eram pagos pelos pais. Mesmo assim, separou-se. Depois, veio a revelar-me: "Faltou o desafio, aquele projeto em comum do casal que cresce junto, que conquista as coisas". Isso os pais provedores não deixam o filho fazer.
Outro ponto quente no que diz respeito aos gastos com os filhos é a educação. "Puxa, a educação é muito cara, é muito caro educar um filho hoje em dia", reclamam muitos pais. É preciso tomar cuidado também com isso, porque muitas vezes achamos que temos de matricular os nossos filhos em curso de balé, judô, Tai Chi Chuan, inglês, espanhol, francês e ainda canto e violão. A criança acaba tornando-se um pequeno executivo, um executivo mirim: apenas cinco anos de idade e a agenda repleta de atividades. E os pais acham que com isto estão educando os filhos. Na verdade, estão investindo no lado técnico enquanto o lado humano fica esquecido.
Por isso, a palavra-chave para a pergunta "Quanto custa um filho?" é austeridade, educar os filhos na austeridade. Se não têm tudo, terão de conquistar o seu espaço, terão de conquistar aquilo que querem na vida. É isso.
Os pais fazem isso porque querem o melhor para os filhos: que tenham um ótimo casamento, saúde, uma vida tranqüila economicamente falando. Por isso, acho que muita gente tem a seguinte dúvida: até que ponto os pais podem aconselhar os filhos a respeito da carreira profissional a seguir? Porque geralmente queremos para eles a carreira que dê mais dinheiro. Até que ponto os pais podem entrar nesse assunto? Esta é uma pergunta bastante adequada porque tem até pai que treina o filho para ser jogador de futebol. Aquele sonho... E o que ocorre é o seguinte: os profissionais estão distribuídos em forma de pirâmide dentro da sua área de atuação. Quer dizer, há sempre um grupo no topo que é bem remunerado. Jogador de futebol, por exemplo, ganha bem? Ganha. O Ronaldinho ganha, o Robinho ganha. Mas quantos jogadores de futebol no Brasil que ganham mais do que mil reais por mês? Pouquíssimos. Assim também, a maioria dos professores ganha mal. Mas há professores que ganham bem, como os professores de Cursinho e os donos de escola – que são professores também. Toda a profissão, se bem executada, se a pessoa tem o dom para aquilo, pode levar à realização pessoal e ao sucesso financeiro. Os pais, claro, devem orientar os filhos na hora de escolher uma profissão, mas não devem ter em conta só aquelas que dão mais dinheiro e sim as mais adequadas às características de cada filho. O dinheiro não pode ser o fator principal.
Nossos filhos sofrem uma influência muito grande desta nossa sociedade de consumo. Pedem o tempo todo que compremos os brinquedos, os mais diversificados possíveis, roupas de grife. É comum ver crianças de dez, doze anos com celulares. E isso é uma coisa preocupante. Como educar os nossos filhos nesse campo? Diria que o problema do consumismo e do consumo de grifes é um problema dos pais, não das crianças. Os pais gostam de grifes. Muitas vezes, os pais gostam de vestir os filhos com grifes para mostrar aos vizinhos e parentes que podem vestir os filhos com roupas caras. O avô ou a avó gostam de comprar brinquedos caros para os netos, que na verdade nem ligam para eles. É por isso que o problema do consumismo é dos pais. As crianças que crescem num ambiente consumista acabam por dar importância a isso. Logo, a educação para o consumo tem de começar desde o início, o mais cedo possível. Mas também não vamos demonizar as grifes. Muitas vezes, as grifes são sinônimo de produtos de qualidade. A chave aqui é o custo-benefício. Muitas vezes, vale a pena pagar um pouquinho mais por um produto de uma marca famosa. Porque, fria e objetivamente, tem mais qualidade do que um sem marca. Vai durar mais e, portanto, vale a pena comprá-lo. A questão do celular é moda. O celular virou o brinquedinho caro das crianças. É na verdade um vídeo game que pode mandar torpedos. É necessário analisar se as crianças realmente precisam de celular e para que precisam dele. Será que não é um brinquedo caro demais? Talvez uma forma de educar para o consumo seja ter uma só TV em casa, por exemplo. Seria interessante que cada família tivesse apenas uma TV em casa. E que ela fosse, vamos dizer assim, um evento, algo pouco usado. Não um ruído de fundo que impede o diálogo, ficando ligada o dia inteiro, durante o jantar, o almoço, etc. "Ah, mas como é que eu vou conseguir ver a novela e o meu marido o futebol" (ou vice-versa, porque hoje a mulher gosta de futebol e o marido de novela). Negocie. As crianças têm que aprender a negociar também. O problema do consumismo parece-me muito mais um problema de formação humana. As pessoas devem ter consciência daquilo que valem. Devem ter consciência de que não valem um objeto, de que não precisam trocar as suas vidas por um objeto, de que podem ser mais do que aquilo que têm. O problema do consumismo está mais dentro da cabeça das pessoas do que nos sistemas que as rodeiam.
A maior riqueza que um pai pode dar aos filhos é o ensino religioso? Sem dúvida. Eu acrescentaria que, ao lado do ensino religioso formal, está o exemplo nas virtudes. Os pais são insubstituíveis na tarefa de formar os seus filhos nas virtudes. E a virtude de consumir bem, a virtude da austeridade, da temperança, é uma das principais. Assim, o ensino religioso e a formação humana andam juntos, e são sem dúvida nenhuma o maior tesouro que os pais podem dar aos filhos.
Como educar bem os filhos do ponto de vista financeiro? Gastar bem o dinheiro é uma lacuna na formação que se dá nas escolas. Aprende-se física, biologia e outras coisas muito interessantes e muito úteis, mas não se aprendem noções de economia. Ninguém ensina, por exemplo, como funciona um cheque, como funciona o Banco Central, como é que se faz um orçamento; e essas são coisas que as pessoas vão utilizar no dia-a-dia. Como podem os pais preencher essa lacuna? A mesada é um instrumento possível. Com a mesada, os filhos aprendem desde cedo que o dinheiro é limitado e que, portanto, têm que fazer escolhas na hora de gastá-lo. Se compraram uma coisa, não podem comprar outra. Aprendem o que é poupança e o que é dívida. E aprendem na prática. Por exemplo, quando o filho gasta mais do que tem e pede aos pais que lhe adiantem a mesada, estes têm que dizer "não" e deixar que o menino sofra as conseqüências dos seus atos. Também é possível educar os filhos na austeridade fazendo compras no supermercado. Ir ao supermercado pode ser uma lição de consumo, contanto que os pais saibam controlar-se. Os pais podem fazer um contrato com os filhos. Podem dizer-lhes, por exemplo: "Ouçam, vamos ao supermercado e cada um vai poder gastar cinco reais em produtos. Este é o contrato". Com isso, os filhos começam a notar que precisam fazer escolhas: "Eu queria esse iogurte, mas se levá-lo vou ter que deixar o biscoito. O que escolher?" As crianças também aprendem quando vêem os pais fazendo contas na hora de comprar: "Será que este produto vale mais que esse aí?", pensam. E assim elas vão ganhando sensibilidade no gasto do dinheiro. Mas compreendam: é indispensável que os pais tenham essas virtudes.
Qual é o número ideal de filhos? Quanto custa criar três filhos? Qual a renda que os pais devem ter para criá-los num padrão de classe média alta? Cada um tem lá as suas prioridades. Tenho sete filhos e não vou dizer quanto gasto para que depois os meus filhos não me venham com cobranças lá em casa. Quanto custa criar três filhos num padrão de classe média alta? Certamente, você sabe. Todos os pais sabem quanto custa um filho, quanto custa uma boa escola, quanto custam as roupas. Mas isso não é o que realmente importa; o importante é que você tenha o número de filhos que a sua generosidade permita. Este é o ponto. Sempre cabe mais um. Podemos ser obrigados a renunciar a certos confortos? Sim, mas o que é a vida senão um conjunto de renúncias? Estamos todo tempo a renunciar. Se não aprendemos a abnegação em casa, vamos aprender depois na marra, na rua, da pior maneira possível. O lar é onde a gente aprende isso da maneira mais fácil. E ser generoso no número de filhos ajuda bastante.
Devo informar ao meu filho qual é o seu custo mensal? Qual é a idade ideal para isso? Será que o filho deve saber quanto custa? A partir de uma determinada idade, sim: quando o filho começa a entrar na adolescência, por volta dos doze anos de idade, e já começa a ter noção do preço das coisas. É interessante, por exemplo, que saiba quanto custa a sua escola, para que se sinta mais responsável e seja mais esforçado. É bom que o filho vá a uma loja e saiba quanto custa uma roupa. Sem dúvida, é preciso que os filhos, numa idade mais perto da adolescência, saibam quanto custam.
Até que ponto um pai deve sacrificar o tempo de dedicação aos filhos para pagar as contas do seu custo? É uma escolha dura. Às vezes, os pais sentem-se culpados por não poderem dedicar aos filhos o tempo que gostariam, porque trabalham demais justamente para lhes dar a educação formal que acham necessária para que tenham sucesso, ganhem dinheiro e, depois, sacrifiquem as suas vidas para criarem os seus próprios filhos da mesma maneira, num ciclo que não faz muito sentido. Então, efetivamente, é preciso balancear essas coisas. Sim, é preciso ganhar dinheiro. Mas, se chegamos ao ponto de sacrificar a essa tarefa o tempo dos nossos filhos, é preciso parar para pensar. Pode não valer a pena. Pode valer a pena ganhar menos e conviver mais com as crianças.
É conveniente que o casal tenha uma conta conjunta ou cada um deve cuidar do seu próprio dinheiro em contas individuais? Muita gente diz que as contas separadas são melhores, porque permitem que cada um controle mais os seus gastos. E aquele que passar dos limites arca sozinho com as conseqüências, enquanto o outro fica tranqüilo. Só que na prática não é isso o que acontece. Mesmo com contas separadas, os gastos de um cônjuge sempre vão acabar respingando no outro. Obviamente, existem casais muito felizes com contas separadas. Mas tenho para mim que a conta conjunta reflete mais a essência do casamento. O que é o casamento? É a fusão de duas pessoas. Manter contas separadas dá a impressão de que os noivos casaram pensando o seguinte: "Conta conjunta? Melhor não. Prefiro manter a minha independência" . Bom, então que tipo de casamento é esse? Há também a reclamação: "Ah!, mas conta conjunta causa muita briga, porque um gasta muito, o outro gasta pouco"... Na verdade, o problema não está na conta bancária. O problema está na falta de harmonia do casal, que acaba refletida na sua vida financeira. Não é o dinheiro que atrapalha a harmonia do casal. Por fim, o controle da conta deve ser feito pelo cônjuge mais controlado, mais organizado; pode ser a mulher ou o marido, tanto faz.
Qual a idade ideal para começar a dar mesada e qual o valor inicial? Os filhos começam a pedir dinheiro logo que começam a querer aquelas coisas próprias das crianças, doces, lanches, figurinhas, etc. Principalmente, quando têm irmãos mais velhos, porque já sabem que existe esse negócio de mesada. Quando a criança é o filho ou a filha mais velha, começa a perceber que as coisas custam dinheiro por volta dos sete anos de idade. Então, já podemos dar-lhe algum dinheiro. Para as crianças mais novas, o ideal é dar uma quantia semanal porque ela ainda não tem noção de planejamento de longo prazo; um mês é um prazo longuíssimo para ela. Depois, conforme for crescendo, conforme for entrando na adolescência, devemos dar uma quantia mensal mesmo, para que aprenda a planejar-se. A quantia pode variar. Depende daquilo que está incluído na mesada. É preciso que haja um contrato muito bem definido entre os pais e a criança. O que vale e o que não vale comprar com aquele dinheiro. O lanche na escola está incluído ou não? O transporte para a escola? A recarga no celular, se o adolescente já tem um celular? O cinema? Enfim, é preciso fazer uma lista das principais atividades da criança ou do adolescente e decidir em quais o dinheiro da mesada pode ser empregado. Pode comprar roupa? De que tipo?CDs, DVDs? Só com a lista se pode chegar a um valor. Além disso, não podemos simplesmente dar a mesada na mão da criança e esquecer. Os pais devem orientar a criança, ajudá-la a poupar. Devem sugerir coisas como: "Será que você conseguiria comprar esse jogo que você quer se guardasse tanto por três meses?" Três meses é o máximo para as crianças, porque logo mudam de interesse e o dinheiro acaba servindo para outra coisa. Quando os pais sabem orientar os filhos, a mesada pode ser um excelente instrumento de educação financeira.
Pode-se oferecer um prêmio pelo mérito da criança? Por exemplo, dar uma bicicleta se passar de ano? Sem dúvida, um prêmio é algo muito bem-vindo. Mas é preciso ter limite, matizar bem o prêmio. É preciso tomar cuidado para não premiar a criança por algo que é um dos seus deveres. A obrigação da criança é estudar e passar de ano. Ao premiá-la por ter cumprido o seu dever, podemos estar criando pequenos mercenários em casa, que vão começar a cobrar para fazer tudo. É preciso tomar muito cuidado com isso. Obviamente, valem a pena um doce, um jantar fora para comemorar, essas coisas que, inclusive, congraçam a família em torno da conquista da criança. Mas cuidado com o tamanho do prêmio para não correr o risco de criar um pequeno mercenário em casa.
Qual a diferença entre o ter e o ser? Como ensiná-la aos filhos? O "ser" deve prevalecer sobre o "ter". "Ser" é realizar-se como pessoa, adquirir virtudes; pode ou não passar pelo "ter", que é periférico. Quantas famílias não vemos passar por desgraças econômicas e que, por isso, acabam mais unidas. É isso que distingue os verdadeiros homens e mulheres. E, pegando a deixa da última pergunta, quero dizer que é preciso ter uma visão crítica da nossa sociedade de consumo atual. Não somos obrigados a comprar nada. É bom ter isso em mente. Nós, os pais, podemos fugir das modas se quisermos. Distinguir o que precisamos daquilo que queremos. Uma pessoa que vive assim, com muito ou com pouco dinheiro, vai viver melhor com certeza. O coração do homem foi feito para coisas maiores do que os bens materiais. Estes são necessários, mas não podem tornar-se a meta de uma vida.

"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão." (Salmos 127: 3)

Bjs, Kati.

2 comentários:

  1. Essa parte de tentar fazer o filho aprender valores humanos e sociais sobretudo, e não os valores materiais que ele vê na televisão, é uma das coisas que tenho pensado ultimamente, agora que o Tito já tem quase três aninhos.

    E bem, fazer ele ver o menos televisã possível já é um bom começo.

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  2. você pode achar inacreditavel mas hoje mesmo eu estava conversando com a Tania e eu falei sobre isso, do valor da vida, se um filho precisasse de um transplante de coracao e quem nao faria de tudo para poder fazer essa operacao e juntar o dinheiro nao importa o quanto fosse, materialismo, consumo, ter X ser etc.
    impresionante, hoje abri o seu blog e quando li o que estava escrito fiquei arrepiado. não acredito em coincidências mas essa foi demais!

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